“A segunda letra da sigla ESG refere-se à ao S de social e à forma como as empresas se relacionam com as pessoas que fazem parte do seu ecossistema. Nesse sentido, os principais Stakeholders, tais como clientes, colaboradores, fornecedores e a comunidade, que no caso é a sociedade civil, são atores fundamentais para o impacto das empresas. Nesse sentido as empresas precisam ter ações concretas de equidade racial que transversaliza, os processos de governança, com inclusão de pessoas negras, equiparação de salários entre brancos e negros, promoção de pessoas negras em cargos de liderança, assim como fazer o seu investimento social privado em projetos e programas que apoie a redução da desigualdade”.

“O Pacto de Promoção da Equidade Racial é uma excelente oportunidade para o mercado brasileiro por mostrar caminhos e estabelecer o Índice de Equilíbrio Racial. Líderes empresariais entenderam que precisam atuar para reverter nosso quadro de profunda desigualdade racial. No entanto, sabem também, que a sociedade está atenta e exige ações efetivas para a promoção da equidade racial. Essas ações devem ser acompanhadas por metas claras. A Rede Brasil do Pacto Global da ONU, a maior ação de sustentabilidade corporativa do mundo lançou em 2021, em parceria com o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), o Equidade é Prioridade Étnico-Racial, inédito no mundo e que convida as empresas a definirem metas para pessoas desse indicador de diversidade em cargos de liderança. Metas ambiciosas e que geram impacto para a sociedade. É assim que vamos avançar.”

“A chegada do debate ESG no Brasil não é desprovida de riscos. Em um mercado corporativo e financeiro que pouco tem debatido questões ambientais e de direitos humanos, é sintomático que a agenda ESG que aqui aporta tenha predominantemente uma pauta internacional e não local, focando quase que exclusivamente na questão climática e igualdade de gênero e deixando questões brasileiras de lado, como a desigualdade social e a inequidade racial. Neste sentido, a adoção do IEER não só joga um holofote ao problema expondo o tamanho do abismo racial, como também constrói soluções estimulando ações afirmativas e investimento social na temática racial no intuito de resolver em definitivo um problema histórico fundamental até então pouco combatido no mundo corporativo”.

“Com o Pacto de Promoção pela Igualdade Racial se reforça o foco na busca de darmos igualdade de oportunidade a brasileiros de todas as cores. No momento ações afirmativas são cruciais. Também crucial é entender que a diferença faz a diferença e isso é bom. O Pacto ajuda as empresas a se estruturarem e compartilharem estratégias e experiências. Um Brasil inclusivo, é o que
todos queremos.”

"Algo novo está nascendo. O Papa Francisco chama de 'Economia de Francisco', numa alusão à busca da equidade empreendida por São Francisco de Assis. Aqui no Brasil estamos chamando de 'Pacto de Promoção da Equidade Racial' - será uma ferramenta determinante para ajudar o Brasil a iniciar um processo de construção de uma verdadeira equidade - onde o povo afro-brasileiro que é composto por 56,2% da nação, não fique como coadjuvante e sim como protagonista com os demais protagonistas de uma nova nação em construção."

“Como homem negro que sou, nascido e criado na baixada fluminense no rio de janeiro, e tendo vivido a realidade do que significa morar em uma comunidade carente e estudar a vida toda em escolas públicas, vejo no Pacto de Promoção da Equidade Racial um divisor de águas, um projeto disruptivo do ponto de vista da busca pela igualdade racial capaz de impactar positivamente nossa sociedade através da junção dos pilares Sociedade Civil, Empresas e Investidores e Investimento Social Privado e Filantropia. Trazer para dentro da agenda ESG protocolos e ações voltados para igualdade racial mudara de forma estrutural e estratégica o cenário de desigualdade enfrentado pela comunidade negra na sociedade brasileira e impactara positivamente e de forma definitiva as próximas gerações.”

“A parceria com o Pacto de Promoção da Equidade Racial está alinhada com o que estamos construindo no iFood: um ambiente mais representativo e plural. Até 2023, vamos alcançar 40% de pessoas negras no nosso headcount geral e 30% em cargos de liderança. Isso só será concretizado com ações direcionadas e com parcerias alinhadas com esse propósito. Mudanças estruturais e institucionais acontecem de forma colaborativa, com muita escuta ativa e diálogo com diversos setores da sociedade. Firmar um compromisso pela equidade racial junto com outras instituições nos traz a certeza que estamos no caminho certo para transformar cada vez mais o iFood num ambiente que valoriza a diversidade de cada um e cada uma, cada história e cada luta que a pessoa traz consigo. Como parte do Pacto, seremos agentes desta mudança e de reparação histórica para um futuro mais justo, inclusivo e equitativo.”

“É papel das empresas contribuir para a conscientização e superação do racismo estrutural, bem como promover um ambiente de trabalho antirracista e inclusivo. O Pacto de Equidade Racial fortalece o engajamento das organizações com a causa. Na Gerdau, estamos trabalhando para evoluirmos cada vez mais na nossa jornada de diversidade e inclusão por meio de inúmeras iniciativas, como a definição de metas de contratação de pessoas negras e ações para promoção de educação e capacitação com foco em pessoas negras nas comunidades em que estamos presentes. No último ano, contratamos, respectivamente, 30% e 37% de profissionais negros nos nossos programas de trainee e estágio. Hoje, colaboradores negros representam 45% do nosso quadro e ocupam 25% de posições de liderança”

“Participei ativamente na implementação das primeiras políticas afirmativas com foco na questão racial negra no país. Inicialmente, a partir do Estado de São Paulo quando se instala a primeira iniciativa no pós-Abolição – o que se deu em 1984. A partir de então tivemos iniciativas que se irradiam pelo país, culminando com as cotas nas universidades públicas e nos concursos – todo esse trabalho sempre se deu no âmbito do setor público. Quanto ao setor privado, acompanho desde 2005 como colaborador convidado do Instituto Ethos o desenvolvimento da diversidade no mercado de trabalho e pude notar alguns avanços na participação de mulheres, mas no que diz respeito aos negros historicamente há uma defasagem muito grande nas oportunidades ofertadas em relação aos outros grupos. Trata-se de uma obstrução estrutural que remonta à história da mais longa escravidão colonial que foi a brasileira. Em minha opinião, este projeto do Pacto de Promoção da Equidade Racial é um divisor de águas da questão racial no Brasil. O IEER (Índice ESG de Equidade Racial) é um instrumento que permite uma mudança há muito reivindicada no mundo econômico. Além das ações afirmativas que possibilita a negras e negros ocuparem postos de trabalho em todos os níveis, induz investimentos, especialmente no campo da Educação. Trabalho e Educação, historicamente, são 2 vetores básicos para a redução da desigualdade racial, que é o que impede um verdadeiro desenvolvimento no país. O IEER fará história, pois tem todo o potencial de alterar
o panorama sociorracial do Brasil.”

"Só com o maior envolvimento da sociedade civil que iremos transformar esse país. O Pacto ESG Racial visa justamente atrair as empresas para assumirem uma postura protagonista na redução da desigualdade racial e social do Brasil. O novo Protocolo reflete as características particulares da questão racial no Brasil e proporciona um roadmap claro às empresas para se adequarem à nova realidade que se apresenta. Ao serem mais inclusivas, ganham as empresas pois seu quadro retratará melhor a região em que atua, e ganha a sociedade com maior equidade racial e social."

“É cada vez mais claro que a equidade racial é ponto fundamental para o desenvolvimento do país. O enfrentamento do racismo estrutural deve ser uma causa de todos. Ao criar um índice e um movimento junto a empresas, mostramos um caminho que pode ser percorrido pelo setor privado. Empresas podem agir adotando práticas internas que promovam a Equidade, a Diversidade e a Inclusão, fortalecendo a agenda ESG (ambiental, social e governança). Ao mesmo tempo, podem apoiar agentes da sociedade civil por meio de investimento social privado, fomentando transformações como a adoção de políticas antirracistas em escolas, a capacitação e a inserção no mercado de trabalho de pessoas negras, ou a realização de ações de advocacy. Podem também contribuir para alavancar investimentos do Estado na educação pública ou geração de renda. É com a união de esforços que conseguiremos gerar impactos significativos e enfrentar o desafio do
racismo na nossa sociedade.”

“Na condição de ‘aprendizes dedicados’ nesta inadiável jornada pela promoção da equidade racial, nós da Gol adotamos o Pacto como principal métrica de efetividade das ações afirmativas em curso.”

“O lançamento desse projeto tem uma importância histórica. É muito importante termos no Brasil um indicador, uma métrica para identificar as desigualdades raciais e assim poder buscar um caminho efetivo para solucioná-las junto com o setor corporativo. Realmente trata-se de um projeto com uma abordagem muito inovadora e que se conecta com as melhores práticas de outros países do mundo como Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Reino Unido. É um projeto que veio realmente para somar e que vai trazer bons resultados no curto, médio e longo prazos para o setor privado e toda a sociedade.”

“O Brasil é um país que acumulou ao longo de sua história práticas sistemáticas de racismo, produzindo uma sociedade absolutamente desigual e desproporcionalmente mais injusta no tocante à população negra. É obrigação da geração atual, a fim de reparar as injustiças acumuladas do passado, equilibrar agora o presente e promover um futuro mais justo e inclusivo. Este compromisso deve ser assumido por todas as organizações privadas, públicas e sociais. Há muito trabalho a ser feito para a construção de soluções que promovam as mudanças profundas e sistêmicas na cultura social do país. A proposta apresentada pelo Pacto de Promoção da Equidade Racial visa um caminho que busca o compromisso dos investidores de organizações privadas, a partir da conexão com a pauta ASG. A estratégia apresentada pelo Pacto fomenta o compromisso com a promoção da equidade racial, refletida no “S - social”, com o potencial de atuar de forma a reduzir séculos de desigualdades agravadas pelo racismo estrutural e estruturante. Desejo que este seja mais um importante passo para que se estabeleça uma sociedade mais justa e equânime para todes.”

“O Pacto Pela Equidade Racial é mais um passo importante para a consolidação de diversas iniciativas em prol da igualdade racial no Brasil. Se fizermos uma retrospectiva sobre a questão racial nas empresas, há 10 anos atrás, sabemos que muito pouco era feito, de forma proativa, para fomentar a contratação e promoção de talentos negros. A questão racial sempre foi importante para o nosso país, mas nunca foi prioridade. O lançamento do Índice ESG de Equidade Racial (IEER) será um novo marco no mundo corporativo, além de fomentar a inclusão racial irá ajudar a reduzir a desigualdade crônica que permeia a nossa sociedade. Existe uma vasta quantidade de pessoas talentosas, que não estão sendo aproveitadas nas empresas por consequência do racismo e preconceito. O Brasil precisa de todos estes talentos
para ser uma grande nação de fato.”

“ESG tem se tornado uma das principais linguagens por meio da qual empresas articulam valores e compromissos sociais, ambientais, e de governança. O que faltava era aprofundar esta linguagem poderosa para a realidade concreta da profunda desigualdade racial existente no Brasil. Este paper faz justamente isso. A partir da análise das estruturas do racismo no Brasil, o paper proposto pelo Programa de Equidade Racial inova em esmiuçar qual o sentido de ESG para uma luta pela equidade. Argumenta que é necessário investir em formas de desmantelar o racismo, com pesado investimento em educação, com uma estrutura de governança que leve a sério equidade racial e envolva a participação de atores da sociedade e movimentos negros, e com uma preocupação pela intersecção entre meio ambiente e racismo. Este relatório avança no sentido de considerar ESG do ponto de vista racial não só como um valor, mas como um imperativo da realidade desigual no Brasil.”